Nos últimos anos, os investidores brasileiros conquistaram maior sofisticação. Mas, apesar dos avanços, a concentração continua: renda fixa, bolsa e imóveis ainda dominam as carteiras.
Enquanto isso, em mercados maduros, investidores institucionais e family offices ampliam a exposição a ativos alternativos como forma de buscar descorrelação, proteção e retornos acima da média.
A questão é: será que não estamos deixando oportunidades na mesa?
Segundo a BlackRock, o mercado de investimentos alternativos deve continuar crescendo acima de 10% ao ano até o fim da década, impulsionado por private equity, crédito privado e ativos não tradicionais.
A KKR, em seu relatório Global Macro Trends, reforça que “alternativos deixaram de ser uma alocação marginal para se tornar parte central da construção de portfólios de longo prazo”.
Ou seja: o que antes era nicho, hoje é mainstream para quem pensa em perpetuação patrimonial.
1. Empresas e ativos reais
Private equity e venture capital, que conectam investidores ao crescimento de empresas em diferentes estágios.
Energia renovável e infraestrutura, áreas que unem impacto ambiental positivo a fluxos previsíveis de caixa.
2. Crédito e ativos estruturados
Crédito privado, cada vez mais relevante em países com taxas de juros elevadas.
Real estate alternativo e fundos de special situations, que buscam retornos em operações pouco acessíveis ao varejo.
3. Novos mercados descorrelacionados
Litigation finance, estratégia já consolidada em mercados como EUA e Europa, mas ainda incipiente no Brasil.
Outros ativos globais inovadores que trazem diversificação real às carteiras.
4. Arte, colecionáveis e ativos portáteis
No mercado australiano, por exemplo, famílias tradicionais começam a usar arte e colecionáveis como forma de diversificar e proteger seu patrimônio. Esses ativos oferecem mobilidade, independência de índices de mercado e podem ser estruturados em freeports internacionais, onde são armazenados com segurança e até servem de colateral em operações de crédito privado. No Brasil, esse movimento ainda é incipiente, mas tende a ganhar relevância à medida que investidores busquem alternativas globais para preservação e transmissão de patrimônio.
O amadurecimento dos family offices e HNWIs no país abre espaço para um salto qualitativo: deixar de olhar apenas para os ativos “de sempre” e acessar oportunidades globais, antes restritas a grandes instituições.
Mas o diferencial não está apenas em investir em algo “alternativo” e sim em ter curadoria, acesso e visão estratégica. É aí que se cria valor.
O futuro do patrimônio familiar não está em procurar retornos onde todos já estão. Está em explorar caminhos onde poucos sabem chegar.
Esse movimento já é realidade no exterior e começa a ganhar força no Brasil.
Para quem deseja estar na vanguarda, o momento de se preparar é agora.